Zumbido: avaliação baseada em evidências

Para o otorrinolaringologista, poucos desafios clínicos são tão multifacetados quanto o zumbido no ouvido. O paciente chega com descrições subjetivas, intensidade variável e grande impacto emocional. Aqui, cabe ao médico traduzir essa experiência em um diagnóstico preciso, sustentado por dados objetivos. É nesse ponto que a avaliação do zumbido, guiada por evidências, se torna essencial para decisões clínicas assertivas e encaminhamentos adequados.

Na rotina, a complexidade aumenta: diferentes mecanismos fisiopatológicos, múltiplas comorbidades e respostas terapêuticas imprevisíveis. Diante desse cenário, a Dra. Sandra Bastos, referência em distúrbios auditivos e fundadora do ISBO Cursos, reforça que o ponto de partida para qualquer intervenção eficaz é uma avaliação sistemática, integrada e baseada na ciência.

Da anamnese à acufenometria: o valor de uma escuta técnica

A avaliação do zumbido começa com uma anamnese direcionada. Mais do que ouvir o paciente, é preciso investigar o contexto: tempo de início, lateralidade, fatores de melhora e piora, histórico otológico, exposição a ruído e sintomas associados como tontura ou hiperacusia.

Escalas validadas, como o Tinnitus Handicap Inventory (THI), ajudam a quantificar o impacto do sintoma na qualidade de vida, orientando o acompanhamento e o raciocínio clínico.

Em seguida, os exames audiológicos oferecem a base objetiva da investigação:

  • Audiometria tonal e vocal: permite avaliar a acuidade auditiva e identificar perdas associadas.
  • Imitanciometria: investiga a integridade da orelha média e reflexos estapedianos.
  • Acufenometria: quantifica o zumbido em frequência e intensidade, contribuindo para o diagnóstico diferencial e o planejamento terapêutico.

A acufenometria é um dos pilares da avaliação do zumbido, e sua correta execução pode revelar pistas valiosas sobre a origem e a natureza do sintoma. Para o clínico, compreender a correspondência entre a percepção subjetiva e a mensuração objetiva é fundamental para definir condutas e explicar resultados ao paciente com clareza.

PEATE e Processamento Auditivo Central: quando investigar mais

Até que se prove o contrário, todo zumbido tem origem coclear. Ao mesmo tempo, em muitos casos, outras alterações no sistema auditivo central podem estar envolvidas, o que torna o PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) uma ferramenta indispensável.

O PEATE auxilia na detecção de disfunções retrococleares e lesões do nervo auditivo, complementando a avaliação do zumbido quando há suspeita de comprometimento neural. Em pacientes com audiometria normal, o exame pode ajudar a identificar alterações sutis de sincronização neural, um achado cada vez mais valorizado pela literatura recente.

Já o estudo do Processamento Auditivo Central (PAC) amplia a compreensão dos casos em que o paciente relata dificuldade para compreender sons em ambientes ruidosos, mesmo com audiometria dentro da normalidade. Investigar o Processamento Auditivo Central é especialmente relevante em casos de zumbido associado à hipersensibilidade sonora, uma combinação que exige manejo terapêutico mais abrangente.

Avaliação crítica das terapias: o que a ciência tem mostrado

A análise de intervenções deve seguir o mesmo princípio: basear-se em evidências. Entre as estratégias com melhor respaldo estão a TCC no zumbido (Terapia Cognitivo-Comportamental) e a Terapia Sonora.

TCC no zumbido: estudos controlados demonstram que a terapia ajuda a reduzir o sofrimento psicológico associado ao sintoma, modificando a resposta emocional ao som percebido. Embora não elimine o zumbido, facilita com que o paciente lide com a condição, melhorando sua percepção de controle.

Terapia Sonora: o uso de sons neutros, mascaradores ou personalizados visa reduzir a saliência do zumbido e promover habituação. Sua eficácia depende da seleção adequada do estímulo e do acompanhamento profissional contínuo.

Já as abordagens farmacológicas devem ser analisadas com cautela. Nenhum medicamento isolado demonstrou, até o momento, eficácia consistente no tratamento para zumbido. Seu uso deve estar restrito a condições associadas, como ansiedade, depressão ou distúrbios do sono, e sempre com base em evidência e critério clínico.

Limites e encaminhamentos: reconhecer o ponto de transição

Uma avaliação do zumbido bem conduzida também inclui reconhecer quando é hora de ampliar o olhar. Pacientes com sintomas persistentes, impacto emocional relevante ou sinais de alteração central devem ser encaminhados para avaliação multiprofissional.

O trabalho conjunto entre otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas potencializa o diagnóstico e o manejo, especialmente quando há queixas associadas como tontura, hiperacusia ou dificuldade de processamento auditivo.

A experiência da Dra. Sandra Bastos no ISBO Cursos reforça que o melhor tratamento para zumbido é aquele que nasce da integração: conhecimento técnico, comunicação entre áreas e atualização constante.

Caso clínico ilustrativo

Um homem de 42 anos, músico amador, procurou atendimento relatando zumbido no ouvido direito há seis meses, sem perda auditiva aparente. A audiometria mostrou limiares dentro da normalidade. A acufenometria revelou zumbido de 6 kHz, e o PEATE apresentou latência aumentada na onda V. O estudo do Processamento Auditivo Central indicou dificuldade em tarefas de figura-fundo auditiva.

Após discussão multiprofissional, optou-se por Terapia Sonora associada à TCC no zumbido, com acompanhamento fonoaudiológico. Em três meses, o paciente relatou redução significativa do desconforto e maior tolerância ao som, sem necessidade de farmacoterapia.

Esse caso evidencia a importância da avaliação abrangente e do manejo interdisciplinar.

Atualização é parte do tratamento

Compreender as nuances do zumbido exige mais do que domínio técnico: demanda atualização contínua e diálogo com a ciência. A avaliação do zumbido baseada em evidências não apenas orienta o diagnóstico, mas redefine a forma como o profissional enxerga o paciente e conduz o cuidado.

O ISBO Cursos atua justamente nessa fronteira entre conhecimento e prática. Fundado pela Dra. Sandra Bastos, o instituto oferece programas que unem teoria, evidência e aplicação clínica real, como o Zumbido Summit e as mentorias personalizadas para profissionais que desejam aprimorar o manejo de distúrbios auditivos.

Se você quer se aprofundar em tratamento para zumbido, entender como a ciência atual orienta condutas e descobrir novas formas de conduzir pacientes com queixas auditivas complexas, visite o site do ISBO Cursos e conheça seus programas de formação.

Afinal, compreender o zumbido com base em evidências é o primeiro passo para transformar a experiência do paciente e a sua prática clínica.

Se você quer aprofundar seus conhecimentos e aprender com quem vive essa realidade todos os dias, tire suas dúvidas conosco e conheça os cursos e mentorias do ISBO!

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