Misofonia: por que certos sons irritam tanto?

Para algumas pessoas, ouvir alguém mastigando, digitando no teclado ou clicando repetidamente uma caneta pode ser mais do que irritante, chegando a ser até mesmo angustiante. Essa reação intensa tem nome: misofonia.
O termo descreve uma resposta emocional desproporcional a sons gatilho específicos, como ruídos bucais, respiração ou até o som de um relógio.
Mas afinal, por que esses sons incomodam tanto e o que fazer quando isso começa a afetar a qualidade de vida? No artigo de hoje iremos tirar suas dúvidas sobre esse tema, então continue a leitura conosco e entenda mais!

Entendendo a misofonia: o cérebro e as emoções em conflito

misofonia

A misofonia não é apenas “implicância com barulho”. Estudos mostram que o incômodo vem de uma resposta emocional exagerada no cérebro, especialmente em áreas que conectam o som à memória e às emoções, como a amígdala (memória) e o córtex insular anterior (emoções).
Isso significa que o cérebro reage a certos sons como se fossem uma ameaça, liberando sinais de estresse e ativando o corpo inteiro. O resultado é uma sensação de raiva, ansiedade, nojo ou desconforto intenso, mesmo quando o som é suave.

Esses gatilhos variam de pessoa para pessoa. Alguns exemplos comuns incluem:

  • Mastigação ou deglutição
  • Teclado ou cliques repetitivos
  • Respiração ruidosa
  • Barulhos de saliva ou estalos

Com o tempo, o medo de ouvir esses sons pode gerar isolamento e tensão nas relações, tornando o ambiente social e profissional mais difícil de lidar.

Misofonia não é frescura e também não é hiperacusia

É comum confundir misofonia com hiperacusia, mas são condições diferentes.
Na hiperacusia, o incômodo vem da intensidade do som, ou seja, sons normais soam altos demais. Já na misofonia, o problema está no tipo de som e não no volume.

Imagine duas situações:

  • Uma pessoa com hiperacusia sente dor ou grande incômodo ao ouvir o som de um liquidificador, por exemplo, porque o som parece alto.
  • Já quem tem misofonia pode se irritar profundamente com o som de alguém mastigando, mesmo que o ruído seja leve.

Entender essa diferença é essencial para buscar o tratamento correto. Ambas podem coexistir, mas exigem abordagens distintas, especialmente quando há histórico de zumbido no ouvido ou sensibilidade sonora.

O impacto emocional: quando o corpo reage antes da razão

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A resposta emocional à misofonia é tão intensa que o corpo pode reagir automaticamente: aumento da frequência cardíaca, tensão muscular e até suor.
Essas reações involuntárias explicam por que o paciente “sabe” que não deveria se irritar, mas não consegue evitar. É uma resposta neurológica, não uma escolha.

Com o tempo, a repetição desses gatilhos cria um ciclo de ansiedade antecipatória: a pessoa começa a evitar situações sociais ou familiares, o que pode afetar sua qualidade de vida e até a saúde mental.

Estratégias de manejo: o papel da terapia e da ressignificação

Hoje, uma das abordagens com melhores resultados é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ajuda a ressignificar os sons gatilho e reduzir gradualmente sua carga emocional.
O objetivo não é eliminar o som, mas mudar a forma como o cérebro o interpreta. Com o tempo, o som deixa de ser uma “ameaça” e passa a ser apenas mais um estímulo do ambiente.

Além da TCC, outras estratégias de manejo incluem:

  • Dessensibilização gradual: exposição controlada aos sons para ajudar a reduzir a reatividade emocional.
  • Uso de sons ambiente: ruídos neutros (como sons da natureza) podem ajudar a mascarar os gatilhos.
  • Técnicas de relaxamento: respiração profunda e mindfulness podem reduzir o impacto da resposta de estresse.

Quando há zumbido no ouvido associado, a terapia para zumbido pode ser integrada, visando equilibrar o sistema auditivo e reduzir a sensibilidade geral.

O papel da família e do ambiente de trabalho

A misofonia não afeta apenas quem a sente. Familiares, colegas e parceiros muitas vezes interpretam o incômodo como intolerância ou mau humor. Esse tipo de abordagem pode gerar impactos sociais como o isolamento do paciente, dificultando o diagnóstico e tratamento.
Por isso, criar um ambiente compreensivo faz toda a diferença. Algumas atitudes simples podem ajudar:

  • Evite provocar sons gatilho próximos ao paciente, especialmente durante refeições.
  • Permita o uso de fones com som ambiente em reuniões ou locais ruidosos.
  • Converse abertamente sobre os gatilhos, sem julgamento.

No ambiente profissional, pequenos ajustes podem melhorar a convivência: espaços silenciosos, pausas estratégicas e comunicação empática reduzem o estresse de todos os lados.

Quando procurar ajuda médica

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Se os sons gatilho começam a limitar a rotina, é hora de buscar avaliação com um otorrinolaringologista.
No ISBO, a equipe liderada pela Dra. Sandra Bastos realiza uma análise completa do quadro do paciente, diferenciando a misofonia de outras condições como hiperacusia, perda auditiva e zumbido no ouvido, criando uma abordagem personalizada de acordo com o grau de incômodo apresentado.

A partir dessa avaliação, é possível indicar o tratamento mais adequado, que pode incluir:

  • Exames auditivos especializados, como Acufenometria e Processamento Auditivo Central (PAC). A acufenometria é uma investigação para o zumbido, medindo a frequência e a intensidade dessa condição para ajudar no diagnóstico e tratamento. Já o Processamento Auditivo Central é uma avaliação que verifica como o cérebro processa e interpreta os sons recebidos pelos ouvidos.
  • Terapias sonoras e acompanhamento psicológico especializado.
  • Monitoramento contínuo para ajustar as estratégias ao longo do tempo.

O foco está em restaurar o equilíbrio auditivo e emocional, promovendo bem-estar e qualidade de vida.

Viver bem com misofonia é possível

Lidar com a misofonia exige paciência e compreensão, tanto do paciente quanto das pessoas ao redor.
Não se trata de eliminar sons, mas de reaprender a ouvi-los, com menos dor e mais serenidade.

Com o suporte certo, é possível voltar a compartilhar uma refeição, trabalhar em equipe e viver de forma mais leve.

Se você se identifica com esses sintomas, busque uma avaliação especializada com um otorrinolaringologista. Consultórios como o ISBO, sob coordenação da Dra. Sandra Bastos, oferecem consultas, exames e terapias voltadas a compreender e ajudar pacientes com misofonia, hiperacusia, zumbido no ouvido e outros distúrbios auditivos a obter mais qualidade de vida.

Se você quer se manter informado sobre questões pertinentes a temas como zumbido, tontura, hiperacusia, misofonia e perda auditiva, acompanhe o ISBO nos links a seguir para não perder nenhuma novidade:

Até a próxima!

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