Fim de ano, grandes eventos esportivos, grandes comemorações… Momentos de celebração são sempre marcados pelo brilho e o som inconfundível dos fogos de artifício. Enquanto os olhos se encantam com o espetáculo no céu, os ouvidos nem sempre saem ilesos. Muitas pessoas não se dão conta do risco real que o som dos fogos representa para a saúde auditiva.
Se você já sentiu um zumbido incômodo após uma queima de fogos ou ficou com a audição temporariamente abafada, saiba que isso não é coincidência. O barulho dos fogos pode ultrapassar 150 decibéis (dB), um nível que não só é desconfortável como também extremamente prejudicial. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a exposição a sons acima de 85 dB seja limitada a períodos muito curtos, sob risco de danos permanentes.
Como os fogos de artifício afetam a audição?
O sistema auditivo é composto por estruturas delicadas que convertem vibrações sonoras em sinais elétricos, enviados ao cérebro. Quando expostas a sons muito altos, essas estruturas, especialmente as células ciliadas da cóclea, podem ser danificadas. O pior? Essas células não se regeneram, ou seja, uma vez danificadas, a perda auditiva pode ser permanente.
Além disso, o impacto dos fogos de artifício não é apenas imediato. A exposição frequente a barulhos altos pode causar uma perda auditiva cumulativa, que só é percebida após anos. E não estamos falando apenas de idosos: jovens e adultos também estão suscetíveis.
Os primeiros sinais de problemas auditivos
Ficar atento aos sintomas iniciais pode fazer toda a diferença para a saúde auditiva. Os sinais mais comuns após a exposição a fogos de artifício incluem:
- Zumbido no ouvido (tinnitus): uma sensação de chiado, apito ou som contínuo, mesmo no silêncio.
- Perda auditiva temporária ou permanente: dificuldade para ouvir sons agudos ou em compreender conversas em ambientes ruidosos.
- Sensibilidade auditiva aumentada: sons que antes pareciam normais podem se tornar dolorosos ou desconfortáveis.
- Tontura e desequilíbrio: o ouvido interno é fundamental para o equilíbrio corporal, e danos nessa região podem causar vertigens.
Se você notar qualquer um desses sintomas, especialmente se eles persistirem por mais de 24 horas, é essencial procurar ajuda de um otorrinolaringologista.
Proteger a audição: pequenas atitudes, grandes resultados
A boa notícia é que você não precisa abrir mão da diversão para proteger sua audição. Algumas medidas simples podem fazer toda a diferença:
1. Use protetores auriculares
Protetores de espuma ou silicone são baratos e eficazes para reduzir o impacto de sons altos. Existem modelos que atenuam o ruído sem distorcer o som, permitindo que você aproveite o show de fogos com segurança.
2. Mantenha distância
Sempre que possível, fique a pelo menos 500 metros do local onde os fogos estão sendo lançados. Essa distância ajuda a reduzir a intensidade do som que chega aos seus ouvidos.
3. Evite espaços fechados
Fogos de artifício em ambientes fechados ou com estruturas que reverberam o som podem intensificar o impacto auditivo. Prefira locais abertos e amplos.
4. Cuide das crianças e idosos
O sistema auditivo de crianças ainda está em desenvolvimento, o que as torna mais vulneráveis a danos. Já os idosos podem ter a audição fragilizada pelo envelhecimento natural. Proteger esses grupos é essencial.
5. Não esqueça dos animais de estimação
Cães e gatos possuem uma audição muito mais sensível que a humana. O barulho dos fogos pode causar estresse extremo e até problemas de saúde nos pets. Mantenha-os em locais seguros e longe do barulho.
Sensibilidade sonora: um desafio extra
Para quem já sofre com condições como hiperacusia (sensibilidade extrema a sons) ou misofonia (aversão a sons específicos), os fogos de artifício podem ser um verdadeiro pesadelo. O desconforto pode ser tão intenso que a pessoa evita qualquer tipo de celebração onde haja barulho.
Se esse for o seu caso, além das medidas de proteção, é fundamental buscar tratamento especializado. Um otorrinolaringologista pode diagnosticar os danos oferece terapias que ajudam a dessensibilizar o ouvido, ajudando os pacientes a encontrar melhorias na qualidade de vida após a exposição a sons muito altos como os fogos das festas de fim de ano.
O papel do otorrinolaringologista
Muitas pessoas só procuram um especialista quando a perda auditiva já está avançada, o que dificulta o tratamento. No entanto, o acompanhamento preventivo pod
