Você já se irritou profundamente com o som de alguém mastigando ou estalando a caneta repetidamente? Para algumas pessoas, essa reação vai muito além do incômodo e pode afetar profundamente a vida social e emocional. A misofonia, um tipo de sensibilidade auditiva, ainda é pouco conhecida, mas pode trazer desafios significativos para quem convive com ela. Muitas vezes, quem sofre com essa condição é visto como “chato” ou “implicante”, sem que os outros percebam que se trata de um transtorno real.
Quer saber mais sobre a misofonia? Continue conosco e entenda mais sobre essa condição.
O que é a misofonia e como ela se diferencia da hiperacusia?

A misofonia é uma resposta exagerada a determinados sons específicos, geralmente produzidos por outras pessoas, como a mastigação, a respiração ou o clique de uma caneta. Esses sons disparam reações automáticas, que vão de irritação extrema a ansiedade intensa. O paciente pode sentir um aumento na frequência cardíaca, suor excessivo e até mesmo um impulso incontrolável de fugir da situação.
Ela se diferencia da hiperacusia, outra condição de sensibilidade auditiva, na forma como os sons são percebidos. Enquanto a hiperacusia faz com que qualquer som pareça mais alto e até doloroso, a misofonia está ligada a reações emocionais negativas a ruídos específicos. Ambas podem estar associadas a quadros de zumbido e perda auditiva, tornando essencial um diagnóstico preciso.
Como a misofonia afeta a vida social?

Imagine estar em um jantar com amigos e, de repente, não conseguir focar em nada além do som da mastigação ao seu redor. Para quem tem misofonia, situações simples como essa podem se tornar extremamente angustiantes. Isso pode gerar afastamento de amigos e familiares, evitando encontros sociais e até levando ao isolamento social do paciente.
As reações desproporcionais aos sons podem causar conflitos e incompreensão, já que muitas pessoas ao redor não entendem o impacto real da condição. Como resultado, o paciente pode desenvolver problemas psicológicos, como ansiedade e depressão, ao sentir que está sempre “fora do lugar” ou “exagerando” suas reações.
O impacto social da misofonia pode ser ainda maior no ambiente de trabalho, onde sons repetitivos, como o barulho do teclado, podem se tornar gatilhos constantes. Muitos pacientes relatam dificuldades em manter a produtividade e a concentração, o que pode afetar diretamente seu desempenho profissional. Alguns acabam optando por trabalhar de casa ou usar fones de ouvido com cancelamento de ruído para minimizar os efeitos dos sons gatilhos.
Além disso, a convivência familiar também pode ser afetada, pois o paciente pode evitar refeições em grupo ou momentos de lazer por medo de enfrentar sons que provocam desconforto extremo. Essa constante vigilância sonora pode gerar um estado de estresse crônico e fadiga emocional.
Existe tratamento para a misofonia?
Apesar de ainda não ter uma causa definida pela ciência, a misofonia pode ser tratada. Em alguns casos, medicamentos que ajudam no controle do zumbido e da hiperacusia podem aliviar os sintomas. Porém, o método mais promissor é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que tem mostrado bons resultados.
A TCC trabalha a neuroplasticidade, ajudando o paciente a modificar a maneira como reage aos sons, reduzindo a carga emocional associada a eles. O tratamento envolve técnicas de dessensibilização, reestruturação cognitiva e, em alguns casos, o uso de ruído branco para mascarar os sons gatilhos. O objetivo é devolver ao paciente o controle sobre sua vida, diminuindo o impacto da misofonia em seu bem-estar.
Outras abordagens terapêuticas incluem o uso de aparelhos sonoros para criar um ambiente auditivo mais confortável, além do acompanhamento psicológico para ajudar no gerenciamento do estresse e da ansiedade. A prática de mindfulness e exercícios de relaxamento também podem contribuir para uma melhor adaptação aos sons gatilhos.
Além da TCC, terapias alternativas têm sido exploradas, como a musicoterapia e a habituação sonora, que envolvem a exposição gradual aos sons desencadeadores para reduzir a resposta emocional negativa. Embora essas abordagens não funcionem para todos, muitos pacientes relatam melhorias ao longo do tempo.
Estratégias para lidar com a misofonia no dia a dia
Além do tratamento profissional, algumas estratégias paliativas podem ajudar no dia a dia. No entanto, buscar ajuda de um otorrinolaringologista ainda é essencial. Confira algumas dessas medidas:
- Uso de fones de ouvido: ouvir música ou sons relaxantes pode ajudar a mascarar os gatilhos sonoros. Mas cuidado, o uso de fones de ouvido deve ser realizado em moderação!
- Ambientes controlados: sempre que possível, escolha locais menos barulhentos para refeições e momentos de lazer.
- Técnicas de respiração: exercícios de respiração profunda podem reduzir a ansiedade quando confrontado com um som irritante.
- Diálogo com amigos e familiares: explicar a condição para pessoas próximas pode ajudar na compreensão e minimizar conflitos.
- Uso de aplicativos: existem apps que produzem ruídos brancos ou personalizáveis para ajudar a neutralizar sons incômodos.
Quando buscar ajuda?

Se você sente que sua sensibilidade auditiva está prejudicando sua rotina e suas relações, buscar a ajuda de um otorrinolaringologista é essencial. O médico poderá avaliar seu caso por meio de exames específicos e, se necessário, encaminhá-lo para outros profissionais, como fonoaudiólogos e psicólogos especializados em TCC.
O diagnóstico correto é fundamental para diferenciar a misofonia de outras condições auditivas, como a hiperacusia e o zumbido. O otorrinolaringologista realizará testes para entender melhor a sensibilidade auditiva do paciente e indicar o tratamento mais adequado.
No ISBO – Instituto Sandra Bastos de Otorrinolaringologia, somos especialistas no diagnóstico e tratamento de zumbido, misofonia, hiperacusia, perda auditiva e tontura. Com uma abordagem multidisciplinar e exames detalhados, ajudamos pacientes a encontrar o melhor caminho para uma vida mais confortável e equilibrada.
Se essa condição tem impactado sua vida, entre em contato e marque uma avaliação. Você não precisa enfrentar isso sozinho! O primeiro passo para uma vida mais tranquila pode estar mais perto do que você imagina.
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